Seis em cada dez indústrias brasileiras já adotam práticas de economia circular, de acordo com uma sondagem especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A pesquisa, realizada em fevereiro de 2024, entrevistou 1.708 empresas dos setores extrativo, de transformação e da construção civil, e apontou a circularidade como uma estratégia central para:
- Redução de custos
- Fortalecimento da imagem corporativa
- Estímulo à inovação
Entre as práticas mais comuns, destacam-se:
- Reciclagem de produtos (presente em 33% das empresas)
- Uso de matéria-prima secundária nos processos produtivos (30%)
- Desenvolvimento de produtos duráveis (29%)
Embora os níveis de adoção variem conforme o setor, a pesquisa revela um engajamento crescente da indústria brasileira com modelos sustentáveis.
Os setores com maior adesão à economia circular são:
- Calçados (86%)
- Biocombustíveis (82%)
- Equipamentos eletrônicos (81%)
- Veículos (81%)
- Coque e derivados de petróleo (80%)
- Celulose e papel (79%)
Por outro lado, os menores índices foram observados em:
- Indústria farmacêutica (33%)
- Construção civil (39% a 42%)
- Setor gráfico (40%)
Para Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI, os dados reforçam a necessidade de políticas públicas mais direcionadas:
“A indústria, por seu perfil tão diverso, apresenta diferentes níveis de adoção da circularidade entre os setores. Os dados nos ajudam a identificar quais setores têm mais desafios e quais já incorporaram as práticas, para que possamos discutir políticas adequadas para a maior disseminação da economia circular.”
Economia Circular e Sustentabilidade
A economia circular é vista como uma ferramenta estratégica para o cumprimento de compromissos internacionais, como o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente:
- ODS 9: Indústria, inovação e infraestrutura
- ODS 12: Consumo e produção responsáveis
- ODS 13: Ação contra a mudança do clima
Ao reaproveitar materiais, a indústria reduz impactos ambientais, economiza recursos naturais e aumenta sua competitividade, respondendo às exigências de mercados mais conscientes e responsáveis.