O mercado de reciclagem enfrenta um desafio significativo com a queda na demanda e nos preços do papelão. Isso não apenas desestimula o trabalho dos catadores, mas também impacta diretamente as cooperativas de reciclagem. Anteriormente, o papelão representava mais da metade dos materiais reciclados diariamente, mas agora os preços baixos e a baixa demanda estão levando os catadores a buscar outras opções, como vidros, plásticos e metais.
A situação se agravou nos últimos 12 meses, com o preço do papelão despencando de 0,60 reais para menos de 0,15 reais por quilo. Esse cenário afeta mais de 1 milhão de pessoas que dependem da reciclagem para sua subsistência.
A falta de incentivo das indústrias de embalagens e a preferência pela matéria-prima virgem estão levando o papelão a ser descartado em lixões e aterros sanitários. Para enfrentar esse problema, entrou em vigor no país a Lei de incentivo à reciclagem, permitindo que pessoas físicas e jurídicas deduzam parte do Imposto de Renda ao apoiar projetos de reciclagem. Além disso, as indústrias de papel são obrigadas a recolher o material usado.
No entanto, a pressão do governo é necessária para que as indústrias adotem práticas de economia circular, fechando o ciclo de produção e reciclagem. Enquanto isso, a luta pela valorização da reciclagem continua, com a conscientização sobre a importância desse processo para o meio ambiente e para a sustentabilidade da sociedade.