Recentemente, as negociações do tratado global para combater a poluição por plásticos, concluídas no Canadá, marcaram avanços importantes, mas também deixaram muitas questões em aberto. Representantes de 175 países reuniram-se para debater estratégias visando minimizar os impactos ambientais dos plásticos, resultando em algumas diretrizes promissoras.
Principais Conquistas:
- Banimento de Plásticos Descartáveis: Um dos principais avanços foi a definição de diretrizes para eliminar plásticos descartáveis e de uso único dos mercados. Esses materiais são considerados problemáticos devido ao seu impacto ambiental significativo.
- Inclusão e Direitos Humanos: Outro progresso notável foi a defesa dos direitos humanos e a inclusão dos catadores e trabalhadores informais da reciclagem, visando garantir uma transição justa para todos os envolvidos no processo de reciclagem.
Desafios Persistentes:
Apesar desses avanços, algumas questões críticas permanecem sem resposta:
- Regras Globais vs. Medidas Voluntárias: Não foi definido se o tratado adotará regras globais juridicamente vinculativas ou se continuará a depender de medidas voluntárias nacionais. Esta indefinição é preocupante, pois pode comprometer a eficácia das ações propostas.
- Redução da Produção e Consumo de Plásticos: Houve falta de consenso sobre a necessidade de reduzir a produção e o consumo de plásticos, um ponto crucial dado o volume crescente de lixo plástico global.
Necessidade de Ação Urgente:
Eirik Lindebjerg, da WWF Internacional, destacou a necessidade urgente de implementar regras globais, incluindo proibições da fabricação de certos tipos de plásticos e a imposição de normas rigorosas para o design de produtos. Ele argumenta que sem uma resposta rápida e unificada, será impossível enfrentar a crise da poluição plástica de maneira eficaz.
Próximos Passos:
A próxima rodada de negociações está programada para ocorrer na Coreia do Sul, em data ainda a ser definida. Enquanto isso, os países concordaram em organizar grupos de trabalho para preparar o terreno para o próximo encontro.
Responsabilidade Compartilhada:
Além das regulamentações governamentais, é essencial reconhecer que a responsabilidade pela redução da poluição plástica também recai sobre cada indivíduo. Mudanças nos hábitos de consumo, como reduzir o uso de plásticos descartáveis, optar por alternativas reutilizáveis e reciclar de maneira consciente, são ações fundamentais que complementam as diretrizes do tratado.
O sucesso na luta contra a poluição plástica dependerá não apenas dos compromissos assumidos pelos governos, mas também do engajamento contínuo de todos os setores da sociedade. A colaboração global, juntamente com ações locais e individuais, é crucial para enfrentar essa crise ambiental e proteger nosso planeta para as futuras gerações.