A indústria brasileira já está preparada para reciclar baterias de veículos elétricos, de acordo com empresas do setor entrevistadas pelo repórter Mário Sérgio Venditti, em reportagem publicada no Estadão. No entanto, a reciclagem em grande escala ainda deve demorar um pouco para começar, já que os veículos elétricos começaram a ser vendidos comercialmente no país há apenas cinco anos.
Especialistas estimam que o tempo de vida útil dessas baterias é de oito a dez anos. Após esse período, elas ainda podem ser reutilizadas em aplicações estacionárias, como em eletrodomésticos. Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) indicam que as baterias de lítio, amplamente utilizadas nos veículos elétricos, são 100% recicláveis, com uma taxa de reaproveitamento que varia entre 95% e 98%.
A tecnologia das baterias de lítio não é novidade no Brasil. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), em 2023, o país possuía 249 milhões de smartphones e 115 milhões de tablets e notebooks em uso, todos com baterias de lítio. Esse dado reforça a capacidade da indústria nacional para lidar com a reciclagem dessas baterias.
“Há 25 anos essas baterias fazem parte da sociedade brasileira”, afirmou Marcelo Cairolli, diretor de infraestrutura da ABVE e vice-presidente de negócios para América Latina da Re-Teck, empresa especializada em logística reversa de eletroeletrônicos.
Ariane Mayer, diretora de negócios e ESG da Energy Source, também reforça a experiência do Brasil no setor: “Já temos experiência com a reciclagem de baterias”, destacou a executiva de uma companhia dedicada à economia circular e tecnologia sustentável.