Um relatório da ONU divulgado na última semana revelou que o mundo produziu 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2022. Segundo o texto final do Monitor Global de Lixo Eletrônico, a produção de eletrolixo pela humanidade aumentou cinco vezes mais rápido do que as estimativas recentes indicavam.

Para se ter uma ideia, esse volume seria capaz de preencher 1,5 milhões de caminhões de coleta com capacidade para 40 toneladas de resíduos. No entanto, apenas 14 milhões de toneladas, ou 22% do total gerado, foram registradas como coletadas e recicladas.

Infelizmente, a previsão é que esse total caia para 20% até 2030, devido à crescente lacuna nos esforços de reciclagem em relação à alta na produção mundial do setor. A ONU atribui esse aumento das disparidades a diversos desafios, incluindo o aumento do consumo, a redução de conserto e a obsolescência dos aparelhos.

Principais Desafios:

1. Aumento do Consumo: A demanda crescente por novos dispositivos eletrônicos leva a um aumento na produção de lixo eletrônico.
2. Redução de Conserto: A disponibilidade limitada de serviços de reparo faz com que muitos aparelhos sejam descartados em vez de consertados.
3. Obsolescência Planejada: Produtos com ciclos de vida cada vez mais curtos aumentam a frequência com que os consumidores substituem seus dispositivos.
4. Infraestrutura Inadequada: A falta de infraestrutura adequada para a implementação de projetos de logística reversa dificulta a coleta e reciclagem eficientes.

Neste contexto, o relatório estimula os países a aumentarem as taxas de recolhimento e reciclagem de lixo eletrônico para 60% até 2030. Entre os benefícios dessa medida, a ONU destaca a minimização dos riscos para a saúde humana, que superaria os custos em mais de US$ 38 bilhões.

A crise do lixo eletrônico é um desafio global que exige ação imediata e coordenada. Aumentar as taxas de reciclagem e investir em infraestrutura adequada são passos essenciais para mitigar os impactos ambientais e proteger a saúde humana. A conscientização sobre a importância da reciclagem e do consumo responsável é fundamental para enfrentar essa crise e construir um futuro sustentável.